3 de março de 2024

Transformando desafios em oportunidades, como o ensino público avança no Enem

Os professores e estudantes das escolas públicas superam as dificuldades

 O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal de Alagoas – Sindjus-AL publica uma reportagem especial com as professoras Sirleide Dantas, Lamark Cruz de Queiroz e Flávia de Farias Gusmão, que dedicam mais de 20 anos de trabalho na área da Educação. O objetivo é informar sobre o avanço das escolas públicas, os esforços e as dificuldades enfrentadas pelos professores, bem como o desempenho dos estudantes do ensino público no Exame Nacional do Ensino Médio – Enem.

Veja a reportagem especial escola publica – Transformando desafios em oportunidades, como o ensino público avança no Enem – Por Josiane Calado – SINDJUS-AL

«Educação pública tem responsabilidade de promover a equidade e a inclusão»

O Sindjus-AL tem como pauta de luta a valorização da Educação Pública. Ricardo Moura, Coordenador Administrativo do Sindicato, que tem formação em Educação e, antes de ser servidor público, já foi professor de Matemática, revela que o sistema público de ensino desempenha um papel crucial na garantia de acesso à educação de qualidade para todos os cidadãos, independentemente de sua condição socioeconômica. “Os serviços públicos educacionais também têm a responsabilidade de promover a equidade e a inclusão, garantindo que todas as crianças e jovens recebam oportunidades iguais de aprendizado e desenvolvimento. Assim sendo, a valorização da educação pública se torna uma bandeira de luta prioritária dentre aquelas que devem extrapolar os debates corporativistas”.

Na reportagem especial do Sindjus-AL, as professoras abordam diversas questões relevantes, incluindo a superação dos alunos,  a formação dos professores, os avanços nas escolas públicas, o currículo unificado e as políticas públicas alagoanas que combatem a evasão escolar e são referência para o governo federal. Cada professora com sua missão especial, que consiste em ajudar os alunos a superar as desigualdades sociais, enfrentar as diversidades e prepará-los para o ensino superior.

Participação dos estudantes no Enem

No Enem 2023, dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep revelam que foram inscritos 4.018.414 estudantes, mas participaram 2.734.100, o que representa 68% do total inscrito.

Da rede pública, inscreveram-se 1.181,081, destes 837.622 participaram, correspondendo a 70,9%. Do total, 46,7% são concluintes de escolas públicas. Houve aumento do percentual de inscritos dos concluintes (766.960), em comparação ao ano anterior, que foi de 38,1%. Em Alagoas, dos 33.579 concluintes do Ensino Médio, 29.428 se inscreveram ao exame, ou seja, 87.6%. Desses, 16.610 são estudantes da rede pública, ou seja, 63,7% participaram do exame. Do total, 55,9% são concluintes, um percentual maior que a média nacional.

Vale ressaltar que dos 60 estudantes que tiraram a nota 1.000 na redação, quatro são da escola pública.

Diretora comemora melhoria do Ideb de sua escola

Transformando a escola pública: um relato de compromisso e dedicação

Formada em Química pela Universidade Federal de Alagoas – Ufal, a professora Sirleide Dantas é diretora da Escola Estadual Professor Pedro Teixeira, no bairro do Feitosa em Maceió-AL. A escola tem mais de 600 alunos e oferece Ensino Fundamental e Ensino Médio, funcionando em três turnos. À frente da escola, a diretora conseguiu elevar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da escola de 1.8 para 4.8.

Sirleide Dantas afirmou que acredita na evolução da Escola Pública e destacou a importância da unificação do currículo em todo o Estado, promovida pelo governo. Durante o seu trabalho como professora, atuou como Articuladora de Ensino com o objetivo de melhorar os índices e identificar as áreas em que a escola estava falhando.
Ela observou que o gestor anterior não esclareceu os fatores que influenciam o Ideb, como a proficiência em língua portuguesa e a matemática, os descritores, nem se preocupava com a correção do fluxo (correção da evasão escolar). “Enquanto professora, já não costumava reprovar o aluno da escola pública; e hoje, como gestora, pleiteio por isso porque o próprio sistema já o reprova”.

A diretora cita, como exemplo, o caso de um aluno que não podia frequentar a sala de aula, trafegar por determinada área, porque estava ameaçado de morte por facção. Diante dessa situação, ela optou por não penalizar o aluno. “Não vou ganhar nada reprovando esse aluno por faltas, retirando sua bolsa de estudo, que é um direito dele. O Ideb da escola era 1.8, não evoluía na parte de fluxo nem proficiência escolar. Faltava infraestrutura na escola, como cadeiras, campo para jogar, aparelho de ar-condicionado e outros”. Sirleide implementou mudanças progressivas, contribuindo para a melhoria do desempenho da escola. “Comecei a estudar os números e falar com os professores, assim, foi melhorando. Hoje estamos com índice de 4.8. Mais de 60% dos alunos da terceira série do Ensino Médio de nossa escola participaram do Enem, um percentual superior à média nacional, que é de 46,7%. Quem fez a prova, já é uma vitória. Da nossa escola, uma estudante tirou nota 980 na redação. Também indicamos aos nossos alunos os cursos preparatórios realizados pela Universidade Federal de Alagoas – Ufal, como opção para complementar os estudos”.

Superar a evasão escolar

«O nosso grande desafio é manter o aluno dentro da escola»

Sirleide Dantas destaca a evasão escolar como um dos grandes desafios enfrentados pela escola pública. “A escola pública vem melhorando fisicamente e pedagogicamente. Não se pode comparar um aluno da escola pública com o aluno da escola privada, porque existem diferenças, que ao longo do tempo vêm melhorando. O nosso grande desafio é manter o aluno dentro da escola. Para isso, as políticas públicas são essenciais. Programas como o Cartão Escola 10, que combate a evasão escolar em Alagoas, inspirou o governo federal a criar o Programa Pé-de-Meia. No Estado, os alunos do Ensino Médio recebem R$ 100,00 e se for do Programa Alagoano de Ensino Integrado – PALEI é R$ 150,00. Ao concluir o ensino médio, os estudantes obtêm R$ 2.000,00”.
Dados da Secretaria Estadual de Educação mostram que mais de 150 mil estudantes são beneficiados com o programa. Deste total, 30 mil são alunos que retornaram à rede estadual de ensino.
A diretora informa que o aluno tem dado resultado satisfatório. “A proficiência da Educação Básica da nossa escola melhorou. Meu aluno é proficiente em Língua Portuguesa e Matemática. Ele sabe contar, ler e escrever. Eles estão no caminho certo”, orgulha-se.

Professora de Redação aproveita a criatividade dos aluno

«Ser professor é cativar, é ter olhar humanitário, é ter responsabilidade com o seu papel»

Lamark Cruz de Queiroz, quando jovem estudante, optou por deixar o curso de Medicina, após ter sido aprovada, para seguir a carreira de professora de Redação e Literatura, lecionando também Interpretação de Texto, Gramática e Produção de Texto. Para Lamark, “ser professor é cativar, é ter olhar humanitário, é ter responsabilidade com o seu papel de professor”, defende a professora.

Na sala de aula, a professora Lamark Cruz revela que é importante aproveitar a cultura do aluno e o seu conhecimento. Ela valoriza as contribuições dos estudantes, mesmo quando cometem erros. “A palavra errada do estudante, vou transformando em conhecimento, podendo o professor rir com ele, fingir que errou por acaso ou errou, admitir que errou. A educação melhorou muito porque a gente começou a aproveitar a criatividade do aluno para fazer dele um protagonista, um proativo”.

A professora informa que o aluno quer estar na sala de aula. “Anteriormente, muitos preferiam ficar em casa, enfrentando dificuldades como a fome e a violência doméstica. Atualmente, o nosso aluno briga para estar na escola”.
Lamark esclarece que os programas estaduais e o incentivo da escola ajudaram a participação dos alunos no Enem. “Muitos não acreditam neles mesmos. Pensam que devem seguir a profissão do pai, o qual precisa dele para trabalhar”.
Na sala de aula, a professora precisou desconstruir o medo da Redação, dizendo que não é o bicho de sete cabeças. “Fizemos um planejamento multidisciplinar com os professores da escola. Se a professora de História trabalhar na sala de aula com a 2ª Guerra Mundial, levo um poema sobre Hiroshima. O professor de Filosofia vai falar sobre a perseguição nazista. A gente faz uma roda de conversa, em que os alunos começam a se posicionar, depois começamos a trabalhar os tipos de argumentos, colocando no quadro cada ponto. Eles vão desconstruindo. Vão entender que escrever é uma coisa fácil, desde que saibam sobre o que estão falando. O problema agora é limitar as 30 linhas. Esses meninos têm um potencial tão grande. Fizemos um projeto sobre violência porque a turma não estava se respeitando. A turma deu um show”.

A professora conta que recebeu uma cesta de chocolate dos alunos, ouvindo deles o reconhecimento por ela escutar e entender cada um deles para conciliar. “Quando, na verdade, sempre aprendi mais com eles, do que eles comigo”, disse.

Professora explica a unificação dos currículos 

«Somos espelhos para os nossos alunos»

A professora Flávia de Farias Gusmão, graduada em Estudos Sociais e pós-graduada pela PUC, leciona História, Geografia, Filosofia e Sociologia nas redes pública e privada. Ela participou ativamente das discussões da unificação da grade curricular das Escolas Públicas pela Secretaria Estadual de Educação de Alagoas. A professora Flávia realiza curso de formação continuada para professores. “Nas escolas públicas, temos excelentes profissionais, que se valorizam como pessoa e profissionalmente. Somos espelhos para os nossos alunos”, explica Flávia que também é especialista em Base Nacional Comum Curricular – BNCC.

De acordo com a professora, a unificação dos currículos foi um movimento nacional, idealizado desde 2014 e oficialmente implantado em 2017 no governo Temer. Em 2018, foi homologada a base do Ensino Médio. “Trata-se de um documento de caráter normativo unificando 60% de todas as aprendizagens mínimas e essenciais, que fossem desenvolvidas a qualquer aluno da educação básica, que começa na educação infantil. É uma reforma importante, porque começava no que se chamava de pré-escola, ignorando a educação infantil. Os pais tinham essa cultura de somente matricular os filhos aos sete anos. Todas as escolas tiveram o prazo de dois anos para implantar”.

Flávia Gusmão esclarece que o Brasil é um país com dimensões continentais. A professora informa que a União Europeia, com 27 países-membros, também unificou o currículo. “Isso foi uma discussão nacional, envolvendo mais de 5 milhões de pessoas da sociedade civil, professores, pais, instituições religiosas e instituições políticas, que deram várias sugestões, definindo um documento para as escolas das redes pública e privada do Brasil inteiro. É importante falar porque é um grito. A base nacional curricular foi um documento democrático que tem força de lei. Houve consulta pública. Participei ativamente porque sou certificadora do Inep”.

A professora explica que o governo federal criou a BNCC amparada pela Lei de Diretrizes de Base da Educação de 1996, pela Constituição Federal de 1988, pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e pelo projeto da ONU para erradicar o analfabetismo até 2030. “Então, o que o Governo organizou foi a matriz curricular. Há muita desigualdade no Brasil em todos os aspectos e dificuldades que não são respeitadas na hora de se fazer a prova. A avaliação continua sendo uma prova técnica. Fracassamos quando não olhamos para os nossos alunos”.

Em busca de soluções

A professora Flávia Gusmão revela que a BNCC traz a dimensão cognitiva, que é o saber técnico, com a dimensão socioemocional, colocando o aluno como protagonista. De acordo com ela, o novo Ensino Médio ainda está em processo e que houve redução drástica na carga horária, especialmente nas disciplinas obrigatórias da base, em favor das disciplinas eletivas, para que o aluno pudesse escolher. Ela explica que não ocorreu a formação de professores.  “Se são os professores que estão na linha de frente, como as mudanças vão acontecer? Então está um caos, que de fato haja uma revogação ou um aperfeiçoamento, que atualmente está prejudicando o ensino. O professor já é sobrecarregado com tantas funções extracurriculares. A tecnologia, que seria uma salvação, teve efeito oposto. É fundamental que o sistema de articulação, de elaboração e avaliação seja democrático”.

Sem a educação sexual, estudantes ficam sem o debate da prevenção

«Os jovens estão se infectando com HIV na primeira relação sexual, outros pegando sífilis e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)»

A professora Flávia Gusmão ressalta a importância da Educação Sexual. “Somos da Escola Pública e estamos cansadas de ver meninas de 12 anos engravidando. Os jovens estão se infectando com HIV na primeira relação sexual, enquanto outros contraem sífilis e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)”. A professora Flávia também chama a atenção para a alarmante incidência de câncer de útero entre as mulheres (com 49 casos para cada grupo de 100 mil mulheres, conforme dados do Ministério da Saúde), além de citar que 40% dos casos de abuso sexual ocorrem dentro da própria família, conforme dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Ela ressalta que muitas vezes as crianças não estão cientes de que estão sendo abusadas. “Falar de educação sexual, não é sexualizar. Veio essa onda de acusar os professores, de aula com ‘mamadeira de piroca’. Nunca isso aconteceu. Pelo contrário, se vier uma bala, a gente dá as costas para proteger os nossos alunos”.

Ela informa que houve uma consulta pública, e a então presidente Dilma foi obrigada a vetar materiais sobre educação sexual nas escolas por causa da polarização do tema. “Nós professores temos um vasto conhecimento acadêmico, científico e humano. Não se pode falar em Educação sem amor. Não é possível entrar em uma sala de aula sem afeto”, esclarece.

Proficiência e avaliação: por que as notas são diferentes?

A professora Flávia Gomes explicou como é o sistema de avaliação de proficiência da Educação Básica. “O aluno vai fazer o exame. Nessa correção, ele acertou 30 questões e o outro colega também acertou 30 questões, mas as notas são diferentes, porque têm proficiências diferentes. As questões são elaboradas com diferentes graus de dificuldades, proficiência alta, proficiência média e proficiência baixa. O sistema tem um conjunto de algoritmos, que se o aluno erra uma questão, o sistema entende que ele não seria capaz de solucionar uma questão mais difícil, ou seja, de proficiência mais alta. Isso é interpretado pelo sistema como um “chute”, o que resulta na redução da nota. A proficiência mede o grau de dificuldade da questão e vai determinar que os estudantes, os quais tiveram a mesma quantidade de pontos, tenham notas diferentes. Daí a importância do aluno estudar”, esclarece.
De acordo com ela, quando os alunos perguntam se a prova é difícil, a professora responde que não conhece prova difícil. “Conheço prova honesta. A prova difícil é aquela que o conteúdo não foi trabalhado na sala. Tenho alunos que são mais habilidosos em resolver questões objetivas; outros em questões subjetivas; interpretar gráficos e mapas. Então, é importante ter uma prova democrática”.

Da escola pública para universidade: estudantes relatam o aprendizado

A estudante Ioná Beatriz Silva dos Santos, da Escola Estadual Pedro Teixeira, afirmou que a escola proporcionou total apoio para o seu resultado positivo, oferecendo aulas em dias alternados e uma variedade atividades, que foram fundamentais para o seu desenvolvimento no Enem.
Da escola, ela gostava de ler e fazer as atividades textuais. “Sentirei muita falta do acompanhamento que tínhamos e de toda nossa liberdade de expressão”, disse.
Ela foi uma das alunas que recebeu bolsa e disse que o programa incentiva o meio educacional. Ela pretende cursar Administração ou Direito.

Eísa Pereira estudou na Escola Estadual Professora Adeilza Maria Oliveira e participou do Programa de Apoio aos Estudantes das Escolas Públicas do Estado – Paespe da Ufal. A estudante disse que tanto a escola pública como o Paespe foram importantes, principalmente, no aspecto emocional, oferecendo atividades de descontração e aprendizado que ajudaram no exame. “Tirando um pouco toda a sobrecarga do último ano. Além disso, como tinham um foco no Enem, sempre traziam pautas relevantes, atividades e simulados”.

Questionando sobre o que sentirá falta, ela respondeu das pessoas, dos professores e dos colegas, que se tornaram seus amigos. “Sempre compartilharam seus conhecimentos, o que me ajudou muito, fazendo me sentir acolhida. E agora levo meus amigos para além da escola, levo para a vida, como futuros colegas universitários”, disse Eísa Pereira que vai cursar Engenharia Ambiental e Sanitária na Ufal. “Agora que terminei a vida de estudante do Ensino Médio, começo a vida de universitária”.

«É um incentivo enorme para quem vem da escola pública»

A estudante Karine da Silva Nascimento, que estudou na Escola Estadual Professora Irene Garrido e fez Paespe, foi aprovada no curso de Medicina da Ufal. A estudante já havia passado pelos cursos de Psicologia e Enfermagem da mesma universidade.

Karine da Silva destaca que a escola e, principalmente, o Paespe, ajudaram com a redação. “As aulas foram fundamentais para que eu entendesse como a redação do Enem funcionava, e minhas professoras de português sempre faziam correções de redações por fora, dando notas e dicas que me ajudaram muito. Tudo isso possibilitou que eu tirasse 900 pontos em todas as redações do Enem que fiz”.

A estudante destaca que as aulas do Paespe eram muito dinâmicas, e os instrutores estavam sempre à disposição para tirar dúvidas, tanto em relação aos conteúdos quanto em relação ao próprio Enem e à universidade. “Esse apoio acalmava um pouco o coração e a ansiedade que todo vestibulando tem. É um incentivo enorme para quem vem da escola pública. Pertencer àquele ambiente e ter contato com pessoas que passaram pela mesma situação, vieram de escola pública, alguns até frequentavam a mesma escola e vê-los cursando cursos tão bons acaba se tornando uma fonte de motivação. Torna tudo mais possível e estimula quem acredita no sonho de ingressar em uma universidade federal”.

Quando questionada sobre o que mais sentirá falta, ela responde o ambiente escolar, os amigos e professores que estavam sempre cobrando dos alunos. Ela ressalta que a faculdade não é assim. Em relação às aulas, Karine disse gostava muito da professora de português, que era muito dedicada e ajudava muito corrigindo redações e dando dicas. Também amava as aulas de biologia, especialmente, as do Paespe”.

A estudante revela que quando entrou em Psicologia, em 2020, teve dificuldade com o EAD devido à internet. “Acredito que esse foi um dos motivos para não ter me adaptado e me identificado com o curso. Era muito complicado assistir às aulas sem uma boa internet e sem um computador.”, esclarece.

Quanto à parte acadêmica, Karine diz que não será tão complicada. “Passei em Enfermagem em 2023, estava cursando o segundo período quando fui aprovada em Medicina. Cancelei minha matrícula. Então, apesar das diferenças entre as faculdades, já estava em contato com várias matérias comuns, com a rotina de estudar em tempo integral e também criando a própria rotina de estudos. Por isso, acho que não será algo tão impactante, mas tenho noção de que o curso exige e das dificuldades. Estou disposta a me dedicar 100% e ao meu futuro”.

Frear o desmonte da Educação Pública

Acompanhando o avanço da formação da escola pública, o Coordenador Administrativo do Sindjus-AL, Ricardo Moura, destaca que o grande desafio é frear o desmonte da Educação Pública que requer não apenas o aumento dos investimentos, mas também a implementação de políticas educacionais eficazes com foco na gestão, na valorização da carreira docente e na promoção de um ambiente escolar que estimule a permanência dos alunos.
O dirigente sindical defende ainda a participação ativa de diferentes segmentos da sociedade, “incluindo governo, comunidade escolar e organizações da sociedade civil, que é fundamental para enfrentar esses desafios e promover uma educação de qualidade para todos”.

Programas para os estudantes

CARTÃO ESCOLA 10 DO GOVERNO ESTADUAL

Os alunos do ensino médio público e do EJA Médio têm direito:
– Bolsa Retorno de R$ 500,00 .
– Bolsa Permanência de R$ 100,00 para alunos com frequência acima de 80% em sala de aula.
– Bolsa de R$ 150,00 para os alunos das escolas integrais da rede estadual.
– Bolsa Conclusão de R$ 2.000,00 para concluintes do ensino médio.
Central do programa, através do Whatsapp (82) 99968-2643.

PROGRAMA PÉ-DE-MEIA DO GOVERNO FEDERAL

É destinado à permanência e à conclusão escolar de estudantes matriculados no ensino médio público.
Valores anuais por incentivo do Programa:
– Incentivo Matrícula: R$ 200,00;
– Incentivo Frequência: R$ 1.800,00
– Incentivo Conclusão: R$ 1.000,00
– Incentivo Enem: R$ 200,00

Cursos preparatórios da Ufal

Os estudantes das escolas públicas podem participar dos projetos preparatórios para o Enem da Universidade Federal de Alagoas – Ufal: O Mil é Nosso, Conexões de Saberes e Programa de Apoio aos Estudantes das Escolas Públicas do Estado – Paespe. Com os programas, 83 alunos de Alagoas obtiveram notas entre 900 e 980 pontos na prova de redação do Enem 2023.

Josiane Calado – Redação do SINDJUS-AL

3 de março de 2024

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *