CSP-Conlutas: Nota sobre os bloqueios antidemocráticos bolsonaristas e o papel do movimento de massas
Em nota, a coordenação da CSP-Conlutas defende que todas as ações de bloqueio em várias estradas do país, que ocorrem desde o final da apuração do 2° turno das eleições brasileiras, devem ser rechaçadas pelo seu caráter reacionário. Afinal, essa onda bolsonarista está defendendo uma intervenção militar e isso merece toda nossa repulsa, bem como devemos apoiar iniciativas que, partindo das organizações do movimento de massas, contribua para que se faça respeitar o resultado das eleições.
Lula foi eleito pelo voto direto e isso significa uma forte derrota a Bolsonaro, à ultradireita e ao projeto de fechamento do regime que esses setores defendem. A defesa das liberdades democráticas, conquistadas na luta direta que derrotou a ditadura militar, para nós está acima de nossas diferenças com o programa de governo e as alianças burguesas de Lula e Alckmin. A posição da CSP-Conlutas é sempre em defesa das liberdades e de luta contra qualquer iniciativa de viés golpista, como é o caso desses bloqueios.
É alarmante ver a postura omissa e/ou conivente de parte da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e mesmo de casos que já envolvem setores da PM (Polícia Militar) em alguns estados. A total falta de manifestação pública de Bolsonaro sobre o resultado das eleições e sobre esses bloqueios estimula essas ações. Essa afronta, orquestrada pelo chamado “bolsonarismo raiz”, é completamente inaceitável.
Frente a esse quadro devemos apoiar as reações espontâneas de nossa classe que confrontam e desmontam bloqueios, como nos casos dos metalúrgicos de Angra dos Reis-RJ e da população de São Mateus, no Espírito Santo.
É importante que nossas entidades sindicais e populares organizem reuniões e debates nas bases sobre nosso repúdio a esses intentos de viés golpistas, bem como sobre nossas tarefas para enfrentar esse quadro, ao passo que devemos ser solidários e dar apoio às reações e enfrentamentos que começam a ocorrer em parte de nossa classe.
Nesse mesmo sentido, a CSP-Conlutas destaca a necessidade de, desde as Centrais Sindicais de nosso país, tomar iniciativas coordenadas que nos permitam apoiar e organizar a luta em defesa das liberdades democráticas, do respeito ao resultado das urnas e do direito à autodefesa da classe trabalhadora, das lideranças e organizações do movimento de massas.