“Quanto mais gente estiver transmitindo, maior é a probabilidade de mutação do novo coronavírus”

O Brasil chegou a marca de 4.211 mortes por covid-19 em um único dia, na terça-feira (06). Pesquisadores já alertavam o descontrole e a possibilidade de se chegar a 5.000 mortes por dia, mas o governo Bolsonaro ignora. Enquanto isso, vidas são perdidas, e o Brasil vira o país da evolução do vírus, com possibilidade de surgimento de novas cepas e variantes, como a P1 de Manaus, que foi identificada por japoneses.

De acordo com especialistas, quando maior a circulação do vírus, maior a chance de variantes. Em entrevista ao Uol, o epidemiologista Bernardinho Albuquerque informa que quanto mais gente estiver transmitindo, maior é a probabilidade de mutação do vírus. Em Sorocaba-SP, foi encontrada uma nova variante do coronavírus, apelidada de P3. Pela imprensa, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que a variante é semelhante à sul-africana (E484K)

Os brasileiros vivem a pior crise sanitária, com o sistema de saúde sobrecarregado, correndo o risco de os hospitais ficarem sem oxigênio e medicamentos. Muitas pessoas estão morrendo sem acesso às UTIs. Os brasileiros não podem continuar omissos ao caos do sistema de saúde com vidas sendo ceifadas pela covid-19. Atualmente, um a cada três mortes por covid-19 no mundo é do Brasil, que se tornou uma ameaça global.

A vacinação ocorre de forma lenta já que o governo Bolsonaro recusou ofertas da Pfizer e ameaçou boicotar a Coronavac, e não buscou outros fornecedores de vacinas no ano passado.

Pesquisadores da Fiocruz pedem o lockdown com duração mínima de duas semanas para frear o avanço do vírus.

Ao G1, a pesquisadora e pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, revela que teremos o abril mais triste das nossas vidas. Ela chamou a atenção para a mutação do vírus. “As cepas e variantes vão começar a comprometer nossas crianças e adolescentes”, disse.