Alerta sobre variante mais rápida e letal da covid-19 em Manaus

A nova onda da Covid-19, em Manaus (AM), preocupa os profissionais de saúde e pesquisadores, pois a variante do vírus encontrada no estado é mais rápida e fatal em alguns casos.

Os profissionais observam, inclusive, que o vírus está causando infecções mais graves, silenciosas e em menos tempo do que o que foi visto até então. Além disso, os mais jovens parecem ser os mais afetados. Com base em dados de óbitos do estado, quatro em cada dez vítimas são pessoas com menos de 60 anos.

O infectologista e pesquisador Noaldo Lucena, em entrevista ao Uol, disse que “algo muito diferente está ocorrendo em Manaus. Não sei informar se é uma cepa nova ou se é algo diferente. Mas quem está na linha de frente está vendo um aumento da gravidade dos casos. Claramente estamos diante de um ser invisível que é muito mais patogênico e transmissível. Hoje chegam famílias inteiras com os sintomas ao mesmo tempo, antes era um de cada vez”.   De 450 pessoas infectadas, observadas por Lucena, 2% tinham comprometimento leve do pulmão. E o restante apresentava condições que superavam os 50% de comprometimento, exigindo cuidados mais intensos, como internação e até ajuda para respirar.

Em relação ao aparecimento dos sintomas, também houve um encurtamento no tempo de agravamento da doença. Anteriormente, os profissionais de saúde observaram que os primeiros sintomas graves apareciam por volta do décimo dia de infecção. Agora, há registros de que isso ocorre por volta do oitavo dia.

O virologista José Eduardo Levi, pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-SUP), responsável pela descoberta dos primeiros dois casos da variante britânica do novo coronavírus na América Latina, ressalta também que a mutação encontrada na capital do Amazonas pode ser apenas a ponta do iceberg de uma série de variantes que já teriam sido criadas em solo brasileiro.

Ele cita que a baixa adesão ao isolamento no Brasil pode contribuir para a criação de linhagens mais transmissíveis ou resistentes. “Estamos colaborando para criar linhagens mais transmissíveis”, alerta.

Medidas para evitar contágio devem ser mantidas

Mantenha as medidas de isolamento social para evitar o contágio com a covid-19.

Use máscaras e álcool em gel 70%.

Lave sempre as mãos antes de colocar a máscara, e também antes e depois de removê-la. Certifique-se de que cobre seu nariz, boca e queixo.

Os riscos da infecção pelo vírus COVID-19 são maiores em espaços lotados e sub-ventilados onde as pessoas infectadas passam muito tempo juntas e muito próximas umas das outras.

Reuniões ao ar livre são mais seguras do que dentro de casa, especialmente se os espaços internos são pequenos e não têm circulação de ar ao ar livre.

Evite lugares lotados ou internos, mas se você não puder, tome as seguintes precauções:

Abra uma janela. Aumente a vazão da “ventilação natural” em locais fechados.

Lave as mãos periodicamente.

Evite tocar nos olhos, nariz e boca.

Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o cotovelo dobrado ou com um lenço.

Com informações da Uol