25 de março de 2020

Centrais se reúnem para definir luta contra MP 927 de Bolsonaro em meio a epidemia do Coronavírus

As Centrais Sindicais, como CSP-Conlutas, realizaram na segunda-feira (23) uma reunião para tratar dos impactos que a pandemia do Coronavírus (Covid-19) tem trazido aos trabalhadores.

A MP 927, chamada de MP cruel, prevê retirada de direitos dos trabalhadores empregados no país. Um dos pontos graves é a anulação do papel das centrais e dos sindicatos nos processos de negociação, ampliando a possibilidade de acordos individuais e ainda mais precarizados.

Pretendem com a medida antecipar férias, mas pagar posteriormente, além de prorrogar por até 180 banco de horas, antecipar feriados, aplicar mais layoffs, prorrogar jornada dos trabalhadores da saúde etc.

Além disso, a MP cruel de Bolsonaro deve desconsiderar a infecção do trabalhador ou da trabalhadora por Covid-19 como acidente de trabalho. Os pobres, que não têm escolha porque as empresas não param, podem correr esse risco de vida, tendo de se contentar, se por conta própria abandonar o trabalho para proteger a vida, com as migalhas do governo que propôs um abono mísero de 200 reais aos cidadãos brasileiros.

Com aproximadamente 12 milhões de desempregados e 40 milhões de informais, com emprego sem carteira ou autônomos, as pessoas que não poderão ficar em casa, doentes ou sadias, serão as mais atingidas, além dos setores ainda mais vulneráveis como os moradores das favelas, em situação de rua e os migrantes.

As Centrais repudiaram a medida provisória, denunciando que, na prática, se trata de uma ação de benefício ao empresariado, com exigências antes já encaminhadas ao governo pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

No entanto, em nome da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, defendeu o programa político da Central em defesa dos trabalhadores, e ressaltou que só seremos capazes de barrar essa flexibilização das leis trabalhistas e outras retiradas de direitos se estabelecermos um pacto em unidade do movimento sindical, em defesa da classe trabalhadora.

Como encaminhamento da reunião, foi deliberado um texto, aprovado pela maioria das Centrais. O documento, em resumo, deposita toda sua confiança no Congresso e propõe ainda um grande pacto nacional com o empresariado. A CSP Conlutas defende uma saída classista e dos trabalhadores e, por isso, não assina o documento.

Para a CSP-Conlutas, esse é o momento de canalizar o que o povo pede. Segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha, 73% da população apoia medidas de restrição como a quarentena de 15 dias. A mesma pesquisa pontou ainda que 74% da população tem medo de ser infectada pelo Covid-19, sendo que 36% disseram ter muito medo e 38% disseram ter um pouco de medo. Apenas 26% disseram não ter medo.

O problema é que o povo não encontra lugar algum que dê respaldo para isso. “Não encontra no governo nem no empresariado. É preciso parar o país, é preciso que o pessoal não saia de casa, com exceção dos que trabalham no setor essencial de combate à pandemia”, complementou Mancha.

Com informações da CSP-Conlutas

25 de março de 2020

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