11 de fevereiro de 2020

Coordenador do Sindjus-AL defende auditoria da dívida pública para constatar quem é parasita

Ministro da Economia ataca os servidores públicos

 

Os constantes ataques à reputação dos servidores públicos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, mostram a intenção do governo Bolsonaro de acabar com os serviços públicos e pôr a população contra os trabalhadores públicos que exercem atendimento de qualidade. Em seu discurso em evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Guedes disse que “o hospedeiro está morrendo, o cara (servidor) virou um parasita”.

Refutando a declaração do ministro, o Coordenador Geral do Sindjus-AL, Américo Albuquerque Sampaio, destaca que os servidores públicos exigem uma auditoria da dívida pública, pois o pagamento de juros e amortizações consome 40% do orçamento federal, ou seja, mais de R$ 1 trilhão, prejudicando as áreas sociais. A auditoria irá constatar o verdadeiro parasita.

“O mesmo mercado financeiro que agora se instalou de vez no corpo estatal já combalido por saques contínuos e o continuará roendo após o desmonte da máquina pública, comandada por hienas carniceiras que, além de não valorizarem o  trabalho do servidor público, fazem questão de praticar assédios morais constantes, minar seu poder aquisitivo, a sua autoestima, a sua dignidade, relegar a nada anos de investimento pessoal para servir ao país com a sua mão de obra especializada”, disse o sindicalista.

A fala do ministro vem sendo repudiada por todas as categorias do serviço público. A Fenajufe, que também repudiou as declarações contrárias aos servidores pelo ministro, informou que estuda medidas jurídicas por assédio institucional.

O ministro Paulo Guedes foi um dos fundadores do banco Pactual, envolvido em lavagem de dinheiro, mas que foi ignorada pela Lava Jato. Auditorias da Funcef afirmam que os Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), geridos pelo ministro da Economia, pagaram sem justificativa técnica R$ 385 milhões de ágio para adquirir empresas. Os recursos foram captados de fundos de pensão patrocinados por estatais e do BNDES. A sua empresa recebeu, de gestão de ativos, entre 2009 e 2014, R$ 1 bilhão em recursos dos institutos que administram os planos de pensão e aposentadoria dos empregados de empresas públicas. Entre eles, a Funcef, Previ, Petros e Postalis e BNDESpar.

Guedes também foi colaborador da equipe econômica do governo ditador de Augusto Pinochet que implantou o modelo previdenciário de capitalização no Chile, colocando na miséria os aposentados chilenos. No governo Bolsonaro, implantou a reforma da Previdência, aumentando a alíquota previdenciária, a idade mínima e o tempo de contribuição para impedir as aposentadorias dos trabalhadores.

A sua meta é reduzir 25% dos salários dos servidores públicos, através da PEC 186, e acabar com a estabilidade dos servidores e o Regime Jurídico Único, através da Reforma Administrativa que o governo está enviando ao Congresso Nacional.

O ministro da Economia gosta de dizer que os servidores públicos são “privilegiados” e “detentores de altos salários”, quando as categorias estão sem reajuste salarial e acumulam defasagem salarial de mais 30%.

O Sindjus-AL realizará assembleia geral nesta quinta-feira (13), às 9 horas, em frente ao Prédio das Varas Trabalhistas, para a categoria decidir sobre a greve nacional no dia 18 de março contra a retirada de direitos, contra a redução de salário e em defesa dos servidores públicos e serviços públicos.

11 de fevereiro de 2020

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