28 de agosto de 2019

Servidores do Judiciário falam sobre adoecimento na roda de conversa “Como vai a sua saúde?

Em ambiente descontraído, os servidores do Judiciário Federal participaram da Roda de Conversa “Como vai a sua saúde?”, realizada pelo Sindjus-AL, no dia 9 de agosto.

A Roda de Conversa contou com quatro profissionais da Saúde. Ministraram o debate a médica Cláudia Loureiro, especialista em Longevidade Saudável; a médica Lílian Espíndola, especialista em acupuntura e homeopatia, a psicóloga Larissa Rossiter, especialista em Neuropsicopedagogia e Saúde Mental; e a psicóloga Maria de Fátima Soares Muniz Falcão que tem formação em Gestalt-Terapia e psicoterapia corporal.

O coordenador Geral do Sindjus-AL, Paulo Falcão, entregou o texto “Sofrimento e Adoecimento pelo Trabalho no Judiciário”, de Ana Magnólia Mendes, da Universidade de Brasília, que trata dos excessos praticados pelo modelo de gestão atual. “Identificam-se a predominância de indicadores que oferecem riscos de sofrimento e adoecimento dos servidores, como o estilo de gestão individualista, a divisão social do trabalho, o esgotamento mental e a falta de reconhecimento impactam diretamente nos danos psicológicos”, revela o texto.

 

Conversas

A psicóloga Maria de Fátima destacou que na relação entre mente e corpo, o corpo é o último adoecer. “Quando o corpo adoece é porque o resto está todo doente. O que não é resolvido na mente, uma hora vai surgir”, ressalta, destacando a importância de ter alto conhecimento sobre a emoção, o pensamento, de como reagir diante das situações. “A nossa espécie é a única, que através do pensamento, pode mudar toda a biologia.  No momento do medo, da insegurança, do desconfortado, quem nunca sentiu dor de cabeça, dor de estômago, tristeza profunda. Há duas situações no trabalho, ou ele me dar prazer ou me dar sofrimento. Se estou em situação que me traz angústia e estresse, com certeza algo não vai bem no todo”, revela.

A estudiosa em longevidade, a médica Cláudia Loureiro, afirmou, em sua fala, que todos querem a longevidade, mas questionou quem realmente está se preparando? “Temos capacidade celular para vivermos até 120 anos, porém, precisamos ter um ambiente favorável para isso. Hoje tem a genética e a epigenética. Quem vai viver mais com a mesma genética”, questiona, citando, como exemplo, duas irmãs gêmeas, sendo que uma come apenas alimentos saudáveis, realiza exercício, tem amigos, dorme e aproveita melhor o lazer. Enquanto a outra, come fast-food, trabalha em ambiente estressante em uma multinacional, não realiza exercícios. “Quem vai viver mais, com a mesma genética”, questiona.

“A epigenética é a forma de como estamos inseridos e como nos colocamos nesse meio. Precisamos entender como estamos. Aí vem os exames laboratoriais. A gente tem que passar pela vida como uma luz. Quando passar, estar com todo o seu brilho. Não queremos chegar ao final, e não conhecermos os nossos parentes queridos, e não termos autonomia”.

“O estresse tira o sono, que é o reparador. Quem não tem sono reparador, não consegue ter longevidade. Como vou fazer a reparação se não durmo. Como combater esse estresse, exercício físico, que vai diminuir a parte hormonal, a perda de massa muscular, prevenir a osteoporose. “Minha avó quebrou o fêmur, não se recuperou e morreu. Na verdade, esse osso estava tão poroso, que ela caiu e quebrou. O exercício físico é fundamental para o idoso. A pessoa tem que se alimentar bem. Infelizmente, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo. Temos que forçar o mercado orgânico a ter um preço acessível. Não é só a verdura e a fruta, e o feijão e o arroz, também a qualidade da água”, disse.

A médica Lílian Espíndola esclareceu o que é a homeopatia possui grande abrangência. “Os obstáculos e limites estão nas doenças incuráveis, que o organismo não tem força vital para reagir as degenerativas. Sócrates, o pai da Medicina, disse que não existem doenças, existe a doença. Não podemos estabelecer uma guerra com a medicina tradicional, precisamos de parceiros, que trabalham a função da organização da saúde do paciente. O mais importante é trabalhar o paciente como um todo. Ele não adoece apenas do ponto de vista somático, mas por trás de uma gastrite, de uma asma, existe um ser que pode estar desequilibrando sua essência de energia vital. São várias ferramentas para reencontrar essa energia. A primeiro é a alimentação, a segundo é a atividade física, a terceira é a acupuntura, que colocamos para todas as práticas, e a quarta é a afetividade, que é cuidar do teor emocional que estamos sujeitos, como o estresse, uma ansiedade generalizada. Se não cuidarmos do processo, brevemente, teremos uma população mundial de 60 a 70% pessoas sofrendo com depressão e de ansiedade”, alertou.

A psicóloga Larissa Rossiter disse que ainda há rejeição aos psicólogos. “Diferente de quando se procura o médico, que normalmente, a pessoa vai com a demanda específica. Já estamos com sintomas. Quando se procura o nutricionista, já vai querendo fazer uma dieta. Na Psicologia, não precisamos de uma demanda específica para controlar nossa mente. A nossa mente controla o corpo. Não é o corpo que controla a mente. Então, deparamos com paciente que diz que já foi para todos os médicos, já fez todos os tipos de exames, mas ninguém descobri o que ele tem. Até que o paciente se dá conta de que precisa de uma ajuda psicológica, pois o problema está em sua mente”.

De acordo com ela, a pessoa se deixa a adoecer. “O sintoma psicológico vai crescendo, somatizando, causando o sintoma físico. Os exames não mostram. Um exemplo é o adolescente que vai prestar vestibular e se depara com uma crise ansiosa, com dor de cabeça, tremor, preocupação sem entender o que está acontecendo. Todo o paciente psiquiátrico é um paciente psicológico, mas nem todo paciente psicológico é paciente psiquiátrico. Conseguimos acolher e deixar esses pacientes recuperados. Muitos deles sem uso de medicação”, afirma.

28 de agosto de 2019

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