30 de abril de 2019

 Professores alertam para mudança de ação dos sindicatos em painel de conjuntura no 10º Congrejufe

Acompanhe os debates de Conjuntura no 10º Congrejufe. Os palestrantes do Painel de Conjuntura do 10º Congrejufe — os professores da Unicamp, Márcio Pochmann e Plínio Sampaio Filho — alertaram sobre as transformações sociais, o ataque dos direitos aos trabalhadores e as mudanças em curso na configuração político-econômica no Brasil e no mundo.

Márcio Pochmann destacou que vivemos em uma mudança de período de histórico. “Usar as formas de lutas no passado se tornaram inadequadas e ineficientes. Estamos em um novo período histórico”, alertou, ressaltando que a visão de descredito e negativa no movimento sindical, não agrega os trabalhadores para a transformação.

De acordo com ele, estamos vendo o desaparecimento do local de trabalho. “A tecnologia de informação e comunicação tornou o trabalho potável. O trabalho passa a ser realizado, não apenas no local determinado. Isso quebra a ideia de identidade e de categoria. O trabalhador que perde o emprego, deixa de ser representado pelo sindicato. Ao sair do trabalho, ele não tem mais a representação”.

O professor revelou que as concentrações de trabalhadores ocorrem nos shoppings e nos hospitais.

Destacou que as ‘instituições organizadas’ com mais militantes são igrejas pentecostais, as milícias (com mais de um milhão de militantes) e o crime organizado (com 250 mil militantes), que segundo ele, essas instituições oferecem espaço de serviço. “Temos que entender o momento. Compreender essa realidade para ter um horizonte de luta”, disse.

O professor Plínio Arruda Sampaio Filho revelou que a crise está destruindo a indústria brasileira, fato que se intensificou após 2018, com a crise terminal da nova república.

Destacou que em tempo de crise é o momento de mudança. “A briga do velho contra o novo. A disputa do novo, que vai ser colocado no lugar do velho. O projeto da burguesia é ir para cima dos trabalhadores, das políticas públicas e do meio ambiente. O projeto que vem de fora, com ajuste a curto prazo, prevê arrocho, privatização, reforma da previdência, dívida pública”.

De acordo com ele, a política econômica para o Brasil é de extrativismo e de exploração das matérias primas. “É a volta do trabalho neo-escravo, da cultura neo-escrava. Não há espaço para educação. É a escola sem partido, a educação em casa, é levar o Brasil para o século passado. Impor a colônia a 220 milhões de brasileiros”, alerta.

O professor revela os ataques a democracia. “O povo não foi para as ruas defender a democracia. Quem está em cima, quer acabar com a democracia. O que se combate é a democracia, não a corrupção. Temos que ter força e unidade de classe”.

Veja a palestra: https://www.youtube.com/watch?v=vc3gaudT2_8

 

30 de abril de 2019

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