15 de março de 2019

Desvinculação do Orçamento: proposta do governo reduzirá investimentos em saúde e educação

O ministro da Economia Paulo Guedes informou que o governo Bolsonaro enviará ao Congresso um projeto para desvincular o Orçamento da União, ou seja, acabar com a obrigatoriedade dos governos garantirem as chamadas despesas obrigatórias, previstas na Constituição Federal.

 

A Constituição de 1988 fixa percentuais mínimos para gastos com saúde e educação, além de tornar obrigatório o pagamento dos gastos previdenciários e custeio da máquina pública, como os salários dos servidores, entre outras.

 

Segundo o ministro Paulo Guedes, com a desvinculação do Orçamento o objetivo do governo é desobrigar os governos federal, estaduais e municipais de cumprirem essas despesas, permitindo a redistribuição dos recursos, sem garantia de aplicação de percentuais mínimos. O Orçamento federal seria totalmente desvinculado (sem recursos carimbados), desindexado (sem correções automáticas) e desobrigado (sem mínimos constitucionais).

 

A proposta é absurda, pois significará ainda mais redução dos investimentos em áreas essenciais para a população, principalmente em Saúde e Educação. O que hoje já é pouco, simplesmente poderá ser reduzido à míngua.

 

Atualmente, o governo que quiser investir mais pode. Não precisaria de nova lei para isso. O que esse projeto de Bolsonaro faz é acabar com a obrigatoriedade dessas despesas, ou seja, os governos poderão gastar menos.

 

 Objetivo é favorecer mercado financeiro

 

Essa proposta é mais uma ofensiva da agenda econômica do governo Bolsonaro. Paulo Guedes já declarou que além da Reforma da Previdência, a meta do governo é privatizar e liberalizar geral a economia do país. Ou seja, favorecer os interesses de banqueiros e do mercado financeiro.

 

Para a integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Renata França essa proposta precisa ser denunciada amplamente e combatida.

 

“Os governos deixarão de investir em Saúde e Educação, que já não fazem a contento, para fazer superávits primários para pagar os juros da Dívida Pública e atender os interesses do mercado financeiro. Hoje, a Dívida Pública já consome mais de 40% dos recursos da União, mas eles querem ainda mais”, denuncia Renata.

 

“Esse projeto se soma a outras leis, como a Emenda Constitucional 95 do governo Temer, que impôs um teto de gastos e congelou os investimentos sociais por 20 anos, e a Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada no governo FHC que também impõe um limite de gastos com pessoal e outros. Será o golpe final na garantia de serviços públicos no país. Não podemos permitir”, afirmou.

 

Com informações da CSP-Conlutas

15 de março de 2019

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