15 de março de 2019

Custo da cesta básica aumenta em 17 capitais

O Departamento Intersindical de Estatística e  Estudos Socioeconômicos  (DIEESE) realizou a pesquisa sobre o custo de alimentos essenciais em  18  capitais no mês fevereiro, revelando que os preços subiram em quase todas as cidades.

O Dieese realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos mensalmente. De acordo com o estudo, as altas mais  expressivas ocorreram  em Recife (7,88%), Natal (6,75%), Aracaju (6,46%) e Vitória (5,97%). A capital  com  a cesta  mais  cara  foi São  Paulo (R$ 482,40),  seguida pelo Rio  de  Janeiro (R$ 464,47)e por Porto  Alegre (R$ 449,95).  Os menores  valores  médios  foram  observados  em Salvador (R$ 362,93) e São Luís (R$ 368,82).

Em12  meses, entre fevereiro de  2018 e  o  mesmo  mês  de  2019, todas  as cidades acumularam alta. Merecem  destaque  as elevações registradas em Campo  Grande (17,66%),Goiânia (14,39%)e Belo Horizonte (11,29%). Nos primeiros dois meses de 2019, 13 cidades apresentaram aumento acumulado. Vitória (11,33%),  Recife  (10,50%)  e  Natal  (10,01%)foram  as  localidades  com  as  principais  elevações. Outras  cinco acumularam  queda,  com  destaque  para  Florianópolis  (-3,48%)  e  Porto  Alegre (-3,18%). Com  base na cesta  mais  cara, que,  em fevereiro,  foi a  de São  Paulo,  e  levando  em consideração  a  determinação  constitucional  que  estabelece  que  o  salário  mínimo  deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde,   educação,   vestuário,   higiene,   transporte,   lazer   e   previdência,   o   DIEESE   estima mensalmente  o  valor  do  salário  mínimo  necessário.

Em fevereiro de  2019,  o  salário  mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.052,65, ou 4,06 vezes  o  mínimo de  R$ 998,00.

 

Cesta básica x salário mínimo

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente  à  Previdência  Social,  verifica-se  que  o  trabalhador  remunerado  pelo  piso  nacional comprometeu,  em fevereiro, 45,09% da  remuneração para adquirir  os  produtos, percentual superior ao de janeiro, que foi de 43,52%.Em fevereiro de 2018, quando o salário mínimo valia R$ 954,00,a compra demandava 43,79% do montante líquido recebido.

 

Alta e baixa dos preços

Comportamento dos preços, entre janeiro e fevereiro de 2019, foi predominante a alta no preço do feijão e da batata, coletada no Centro-Sul. Já as cotações do café em pó e da farinha de mandioca, coletada no Norte e Nordeste, tiveram redução média de valor na maior parte das cidades. O  preço  do  feijão  aumentou  em  todas  as  capitais,  em fevereiro de  2019.  O  grão  do tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, teve alta em  todas  as  cidades,  com destaque  para  as taxas de  Aracaju  (91,65%),  Campo  Grande (90,91%), Salvador (71,06%), Recife (67,16%), São Luís (60,68%) e João Pessoa (54,30%). Já o valor do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, subiu entre17,14%,  em Florianópolis, e 31,97%,  em  Vitória.  Em  12  meses, o  preço do  grão  carioquinha acumulou alta em todas as capitais: as taxas variaram entre 20,55%, em Brasília, e 160,20%, em Campo Grande. O mesmo movimento de alta aconteceu com os preços médios do tipo preto, em 12 meses, com destaque para Vitória (55,72%). A baixa oferta do grão carioquinha e a redução da área semeada explicaram a alta no varejo.

A diminuição na oferta de feijão carioquinha pode ser explicada  pela  redução  da área  plantada,  uma  vez  que os produtores migraram para  outros plantios -como  a  soja  e  o  milho,  e por problemas  climáticos,  que  diminuíram  a  qualidade do grão. O  preço  do feijão  preto  aumentou devido  à maior  demanda,  uma  vez  que  parte  dos consumidores substituiu o carioca pelo preto. O  preço  do  quilo  da batata,  pesquisada  no  Centro-Sul,  aumentou  em nove cidades  e diminuiu  em Brasília(-3,31%),  em fevereiro.  As  altas  mais  expressivas  foram  registradas  em Belo Horizonte  (47,32%), Campo  Grande (40,21%) e Vitória  (38,57%).  Em 12  meses, todas  as capitais tiveram elevação  de  valor.  As taxas  positivas acumuladas  varia 1,74%  em Brasília, e 82,66%  em Belo  Horizonte.   A  redução  na  área  plantada  da  safra  das  águas  e  a dificuldade  de  colheita,  devido  às  fortes  chuvas,  diminuíram  a oferta de  batata e  os  preços aumentaram. O preço do quilo do café diminuiu em 16  cidades, ficou estável em  Aracaju e aumentou em  Goiânia  (3,90%). As reduções  variaram  entre -4,93%,  em  São  Luís, e -0,44%,  em Brasília. Em  12  meses,  16  cidades mostraram  redução,  com  destaque  para  Belém  (-12,95%),  São  Paulo (-12,61%)  e  Rio  de  Janeiro  (-12,59%).  Os aumentos  ocorreram em Aracaju (2,81%)  e  Goiânia (1,61%).

Com informações do Dieese

15 de março de 2019

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