Custo da cesta básica aumenta em 17 capitais
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realizou a pesquisa sobre o custo de alimentos essenciais em 18 capitais no mês fevereiro, revelando que os preços subiram em quase todas as cidades.
O Dieese realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos mensalmente. De acordo com o estudo, as altas mais expressivas ocorreram em Recife (7,88%), Natal (6,75%), Aracaju (6,46%) e Vitória (5,97%). A capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 482,40), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 464,47)e por Porto Alegre (R$ 449,95). Os menores valores médios foram observados em Salvador (R$ 362,93) e São Luís (R$ 368,82).
Em12 meses, entre fevereiro de 2018 e o mesmo mês de 2019, todas as cidades acumularam alta. Merecem destaque as elevações registradas em Campo Grande (17,66%),Goiânia (14,39%)e Belo Horizonte (11,29%). Nos primeiros dois meses de 2019, 13 cidades apresentaram aumento acumulado. Vitória (11,33%), Recife (10,50%) e Natal (10,01%)foram as localidades com as principais elevações. Outras cinco acumularam queda, com destaque para Florianópolis (-3,48%) e Porto Alegre (-3,18%). Com base na cesta mais cara, que, em fevereiro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em fevereiro de 2019, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.052,65, ou 4,06 vezes o mínimo de R$ 998,00.
Cesta básica x salário mínimo
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em fevereiro, 45,09% da remuneração para adquirir os produtos, percentual superior ao de janeiro, que foi de 43,52%.Em fevereiro de 2018, quando o salário mínimo valia R$ 954,00,a compra demandava 43,79% do montante líquido recebido.
Alta e baixa dos preços
Comportamento dos preços, entre janeiro e fevereiro de 2019, foi predominante a alta no preço do feijão e da batata, coletada no Centro-Sul. Já as cotações do café em pó e da farinha de mandioca, coletada no Norte e Nordeste, tiveram redução média de valor na maior parte das cidades. O preço do feijão aumentou em todas as capitais, em fevereiro de 2019. O grão do tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, teve alta em todas as cidades, com destaque para as taxas de Aracaju (91,65%), Campo Grande (90,91%), Salvador (71,06%), Recife (67,16%), São Luís (60,68%) e João Pessoa (54,30%). Já o valor do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, subiu entre17,14%, em Florianópolis, e 31,97%, em Vitória. Em 12 meses, o preço do grão carioquinha acumulou alta em todas as capitais: as taxas variaram entre 20,55%, em Brasília, e 160,20%, em Campo Grande. O mesmo movimento de alta aconteceu com os preços médios do tipo preto, em 12 meses, com destaque para Vitória (55,72%). A baixa oferta do grão carioquinha e a redução da área semeada explicaram a alta no varejo.
A diminuição na oferta de feijão carioquinha pode ser explicada pela redução da área plantada, uma vez que os produtores migraram para outros plantios -como a soja e o milho, e por problemas climáticos, que diminuíram a qualidade do grão. O preço do feijão preto aumentou devido à maior demanda, uma vez que parte dos consumidores substituiu o carioca pelo preto. O preço do quilo da batata, pesquisada no Centro-Sul, aumentou em nove cidades e diminuiu em Brasília(-3,31%), em fevereiro. As altas mais expressivas foram registradas em Belo Horizonte (47,32%), Campo Grande (40,21%) e Vitória (38,57%). Em 12 meses, todas as capitais tiveram elevação de valor. As taxas positivas acumuladas varia 1,74% em Brasília, e 82,66% em Belo Horizonte. A redução na área plantada da safra das águas e a dificuldade de colheita, devido às fortes chuvas, diminuíram a oferta de batata e os preços aumentaram. O preço do quilo do café diminuiu em 16 cidades, ficou estável em Aracaju e aumentou em Goiânia (3,90%). As reduções variaram entre -4,93%, em São Luís, e -0,44%, em Brasília. Em 12 meses, 16 cidades mostraram redução, com destaque para Belém (-12,95%), São Paulo (-12,61%) e Rio de Janeiro (-12,59%). Os aumentos ocorreram em Aracaju (2,81%) e Goiânia (1,61%).
Com informações do Dieese